sexta-feira, 29 de maio de 2009



Gostaria de não ter hora para voltar.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

"Quando sou honesto, admito que sou um amontoado de paradoxos. Creio e duvido, tenho esperança e sinto-me desencorajado,amo e odeio, sinto-me mal quando me sinto bem, sinto-me culpado por não me sentir culpado. Sou confiante e descofiado. Honesto e ainda sim insincero. Aristeles diz que sou um animal racional; eu diria que sou um anjo com incrível potencial para cerveja.

Viver pela graça significa reconhecer toda história da minha vida, o lado bom e o ruim. Ao admitir o meu lado escuro, aprendo quem sou e o que a graça de Deus significa. Como colocou Thomas Merton:"Um santo não é alguém bom, mas alguém que experimenta a bondade de Deus".

O evangelho da graça nulifica a nossa adulação aos televangelistas, superastros carismáticos e heróis da igreja local. Ele oblitera a teoria de duas classes de cidadania que opera em muitas igrejas americanas. Pois a graça proclama a assombrosa verdade de que tudo é presente. Tudo de bom é nosso, não por direito, mas meramente pela liberdade de um Deus gracioso. Embora haja muito que podemos ter feito por merecer - nosso diploma e nosso salário, nossa casa e nosso jardim, uma garrafa de boa cerveja e uma noite de sono caprichada - tudo é possível apenas porque nos foi dado tanto: a própria vida, olhos para ver e mãos para tocar, mente para formar idéias e coração para bater com amor. A nós foram-nos dados Deus em nossa alma e Cristo na nossa carne. temos o poder de crer quando outros negam; de ter esperança quando outros desesperam; de amar quando os outros ferem. Isso e muito mais é pura e simplesmente de presente; não é recompensa a nossa fidelidade, a nossa vida heróica de oração. Até mesmo nossa fidelidade é um presente. "Se nos voltamos para Deus", disse Agostinho, "até mesmo isso é um presente de Deus". Minha consciência mais profunda a respeito de mim mesmo é de que sou profundamente amado por Jesus Cristo e não fiz nada para consegui-lo ou merece-lo.
No meu ministério como evangelista errante, tenho louvado determinados santos e cristãos contemporâneos, falando de a que custo eles pelejaram para suplantar homens e mulheres de menor envergadura. Ó Deus, quanta loucura preguei nesses sermões! A Boa Nova do evangelho da graça grita em voz alta: somos todos mendigos, igualmente privilegiados, mas não-merecedores, às portas da misericóridia de Deus!

Além disso, como obeserva Henri Nouwen, a maior parte da obra de Deus no mundo talvez passe desapercebida. Há uma série de pessoas que ficaram famosas e amplamente conhecidas pelos seus ministérios, mas grande parte de atividade salvifica de Deus na nossa história pode permanecer ainda completamente desconhecido. Este é um misterio difícil de apreender numa era que atribui tamanha importância à publicidade. Temos a tendência de pensar que quanto mais as pessoas sabem e falam a respeito de alguma coisa, mais importante ele deve ser..."

O Evangelho Maltrapilho - Brennan Manning.